sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"O que importa no Mestrado"

O Mestrado



Num lindo dia ensolarado o coelho sai de sua toca com seu laptop e põe-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passa por ali uma raposa e vê o coelhinho suculento tão distraído com seu trabalho. No entanto ela fica intrigada com o coelho trabalhando tão arduamente.

Então a raposa aproxima-se do coelho e pergunta:

- Coelhinho, o que você está fazendo tão concentrado?

- Estou redigindo a minha tese de doutorado - diz o coelho sem tirar os olhos do laptop.

- Mmm... e qual é o tema da sua tese?

- Ah! é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores de raposas.

A raposa fica indignada:

- Oras! Isso é ridículo! Nós é que somos os predadores dos coelhos!

- Absolutamente! Venha comigo à minha toca e eu te mostro a minha prova experimental.

O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos da sua tese como se nada tivesse ocorrido.

Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído agradece mentalmente à cadeia-alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando tão concentrado. O lobo então resolve saber do que se trata aquilo tudo antes de devorar o coelhinho:

- Olá jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?

- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há muito e prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.

O lobo não se contem e farfalha em risos da petulância do coelhinho.

- Ah ah ah ah!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós os lobos é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos, aliás...

- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso te apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?

O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, agonizantes, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, intacto, e volta ao árduo trabalho de redação da sua

tese de doutorado, como se nada tivesse acontecido...

Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas ilhas de ossos vê-se um enorme Leão,

satisfeito, bem alimentado, sonolento, a palitar os dentes.

MORAL DA ESTÓRIA:

Não importa quão absurdo é o seu tema de tese.

Não importa se você não tem o mínimo fundamento cientifico.

Não importa se os seus experimentos nunca provam a sua teoria.

Não importa nem mesmo se as suas idéias vão contra o mais óbvio do bom senso...

O que importa é QUEM É O SEU ORIENTADOR!

(Fonte: peguei do Dr. Fábio Ataíde)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Direito e Literatura

                   Tem-se discutido há um certo tempo o envolvimento existente entre o Direito e a Literatura.
Infelizmente, tal temática não é muito discutida na minha universidade. Creio que isso é algo a se discutir.
Viva a interdisciplinariedade do Direito!
Essa é uma das coisas que sinto vontade de proclamar em alta voz. O Direito está simplesmente em tudo. E tudo acaba tendo alguma relação com o Direito (ou até com a falta dele...)
Calçando um pouco as "sandálias da humildade", vejo que compreender, ainda que superficialmente, os outros saberes é essencial para que se compreenda o Direito. Há uma interdependência, mesmo que cada um seja independente, tendo seu objeto próprio de estudo, sendo ciência. Que visão mais positivista de ciência, né?? Influências e influências.
Enfim, analisar a linguagem é fundamental para todo o falante de determinada língua, já que a linguagem é o ponto de partida da existência das coisas. Por exemplo, sabemos que cadeira designa cadeira por que atribuímos ao objeto de madeira essa denominação. Então quando falamos cadeira, eis que a imagem de uma cadeira surge, despertando nossas ideias acerca da coisa e também as nossas impressões. Digamos que a cadeira passa a existir... Não sei explicar ao certo, mas creio que a ideia seja essa. Vi um pouco disso na faculdade de Letras e também um pouco em Hermenêutica Jurídica.
Na Literatura, temos um terreno fértil para analisarmos as repercussões do Direito em determinadas épocas. Tem todo o brilhantismo, toda a influência e caracterização social, seguida pela decepção de um período etc.
Em Os Bruzundangas, de Lima Barreto, vemos, por exemplo, uma crítica do autor ao mencionar que a nobreza da Bruzundanga era composta hierarquicamente por médicos, advogados, engenheiros... Em Aves de Arribação, de Antonio Sales, temos também milhares de alfinetadas em relação ao Direito, principalmente por conta das influências da Política.
Os estudos sobre Direito e Literatura são bem profundos e requerem uma excelente base de conhecimentos filosóficos do Direito, bem como da blibliografia do terreno interdisciplinar.
Segundo a Wikipédia, "o Direito auxilia a compreender as matrizes e teoria  sobre a Justiça, que, de algum modo, foram captadas e expressas pelas obras de literatura (como o comunitarismo e o liberalismo)... a Literatura permite esboçar um método para a compreensão e interpretação do Direito".
Como obras de relevância, temos, por exemplo, Antígona, de Sófocles, e Crime e Castigo, de Dostoiévsky.